domingo, 10 de fevereiro de 2013

O Chão


O chão das alpargatas de uma eternidade vencida
Passa o rastro de um presente ao avesso
Ao passo que ruma a distanciar-se naturalmente do começo
Traz os percalços do caminho que em si se nos mostram
Tropeços, atropelos e topadas
ao acaso desacertos nas raízes das arvores antigas
se elas, as arvores, por si nos dão sombra e frutos
pela jornada tão indispensáveis e oportunamente
em nós na terra em si, nos dão sobressaltados atenção e costume.
na trajetória desandada que vai e que zuni,
a experimentação vital que nos dá sentido, lume,
estrela lançada, flecha, facho, silvo, segredo, olhar atento ou perfume.
A vida consagra o instante do descobrimento como princípio
nós é que fazemos do viver um ofício,
a natureza nada reconhece
apenas é, como a planta dos pés na areia fria
ou um soprar de primavera na pedra des-a-cor-dada

Marco Lyrio

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